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Redelease uma história com muita fibra

Redelease uma história com muita fibra

Em meio a uma das maiores crises, econômicas e políticas de nossa história, onde valores como a moral e a ética têm sido questionadas e a “luz no fim do túnel” parece cada vez mais distante, casos de sucesso devem voltar à memória como um antídoto para a tristeza.

Um desses casos é a bela trajetória da Redelease, que começou numa garagem e se tornou referencia em seu segmento.

Redelease uma história com muita fibra

Em 1990, Rubens Cruz e Roberto Iacovella uniram-se para montar uma pequena revenda de fibra de vidro, a Difibra. Pequena a ponto de o primeiro endereço ter sido a garagem da casa da mãe do Rubens. Meses depois, o modesto portfólio da empresa foi expandido com a chegada de resina poliéster, enquanto que o atendimento passou a contar com um “grande” reforço: uma linha telefônica própria, algo muito difícil e caro de se obter naquele tempo no Brasil – o primeiro telefone da Difibra, na falta de outra alternativa, foi o PABX do prédio em que seus fundadores moravam.

Fibra de vidro, resina e linha telefônica não garantiram, porém, o sucesso imediato da Difibra. Um dos principais obstáculos era a inadimplência – a primeira nota, por exemplo, nunca foi paga. Inconformado com a possibilidade de ter que fechar a empresa, Roberto resolveu visitar um dos devedores, um fabricante de pequenas embarcações. Ao ouvir que a dívida não seria saldada, ele não hesitou: amarrou um dos barquinhos no para-choque do seu Fusca e foi embora. Na primeira curva, o barco se desprendeu e seguiu pela avenida. Por sorte, não bateu em nada, foi vendido e ajudou a dar um pouco de fôlego à combalida saúde financeira da Difibra.

A situação só começou a melhorar por volta de 1995, quando a Difibra tornou-se distribuidora da fabricante de resinas Induspol. Já com o nome de Redefibra, a empresa apostava em relacionamento com os clientes – faz isso até hoje – para se diferenciar da concorrência. Em 1997, pela primeira vez na JEC Europe, em Paris, Roberto e Rubens buscaram algum produto para distribuir no Brasil. Acabaram conhecendo o desmoldante semipermanente Chemlease, fabricado pela Chem-Trend. Como não havia nada parecido por aqui, decidiram trazê-lo.

Redelease era uma divisão da Redefibra

Foram quase quatro anos para que a Redefibra conseguisse entender o produto e, principalmente, fizesse com que seus clientes adotassem o conceito de desmoldagem semipermanente. Mas, deu certo. Tanto que foi criada uma divisão da empresa apenas para negociá-lo: a Redelease. As demais matérias-primas continuavam sendo vendidas pela Redefibra.

A venda de desmoldante tornou a Redelease uma empresa com abrangência nacional, diferente da Redefibra, concentrada no Estado de São Paulo. Também surgiram, a reboque, novas oportunidades de negócios, como a distribuição dos auxiliares para a produção de termoplásticos fabricados pela Chem-Trend. Assim, em 2002, o departamento de marketing da empresa resolveu apostar todas as suas fichas na expansão e fixação do nome Redelease, englobando a partir daí os negócios da Redefibra.

Em paralelo, a distribuidora fechava acordos com grandes fabricantes de matérias-primas, o que fortalecia cada vez mais a sua operação. Depois da Induspol, a Redelease passou a negociar as resinas da Cersa e, a seguir, da Elekeiroz. Em 2005, assumiu a distribuição oficial da Ashland. Três anos depois, tornou-se distribuidora exclusiva das resinas éster-vinílicas Derakane, o que a diferenciou ainda mais da concorrência, por se tratar de uma especialidade consagrada em todo o mundo.

Outras multinacionais, como Owens Corning (fibras de vidro), LORD (adesivos), AkzoNobel (catalisadores) e SI Group Crios (pó de moldagem e resinas acrílicas, fenólicas e de uréia-formol), passaram a fazer parte do portfólio da Redelease. A empresa também decidiu fabricar alguns produtos especiais, a exemplo de formulados para tratamento de superfície e tintas de alta performance.

Hoje em dia, com mais de 100 colaboradores e unidades em São Paulo, Barueri, Campinas, Sorocaba e São José do Rio Preto, a Redelease é uma das maiores distribuidoras de especialidades químicas do país – oferece aos seus clientes cerca de 1.000 produtos. E a garagem em que foi fundada voltou a ter a sua função original: guardar o carro da mãe do Rubens.

Para mais informações sobre a Redelease, acesse www.redelease.com.br.


Adilson Pinheiro

Aos três anos ganhei meu primeiro serrote e desde então sou apaixonado por ferramentas e produção. Designer autodidata, vidreiro e artesão, acima de tudo apaixonado por ferramentas e o que com elas podemos fazer. Atualmente compartilho o que aprendi em 37 anos desde o serrotinho em meu blog e canal no Youtube.

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